Ao nascer uma criança no Arraial
POR REINALDO MARTINS FIALHO
Ao nascer uma criança no Arraial
No Arraial do Cabo por volta de 1930, ou estendendo-se por mais tempos. Quando nascia uma criança as mães botavam em baixo do travesseiro do bebê uma tesoura aberta, que diziam que era para a bruxa não chupar o sangue.
Se não colocasse a tesoura, a bruxa chupava o sangue e dentro de 7 dias a criança morria. A lua também não podia ver antes do sétimo dia, porque também as crianças morriam.
Após o sétimo dia alguém da família saía com a criança no quintal, ou frente da casa e suspendia-se a criança mostrando a lua e dizia-se: Lua, Luar, tomai esta criança para você criar.
As mães parturientes ficavam 30 dias dentro de casa. Não podiam apanhar ventos. Após uma semana, ou pouco mais do parto, ela podia andar por dentro da casa com um pano amarrado na cabeça, e de meias, para não apanhar ventos, e só comia galinhas com pirão ou peixe não remoso, “peixe de carne branca e pouco sangue”.
Não podia meter a mão em água fria.
Os partos eram feitos por parteiras auxiliando com óleo de mamona. As parteiras mais solicitadas a qualquer hora do dia ou da noite, com chuva ou com sol e nada cobravam, no bairro Praia dos Anjos, Dona Felizarda, no bairro Praia Grande, Dona Maricota.
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