Doque e o cação de Anequim

LIVRO CABISTEZAS
Por Meri Damasceno

Doque e o cação de Anequim

Doque saiu para pescar em sua canoa, de nome São Geraldo, com mais dois companheiros. Foi pescar serra, mas, ao avistar um cação, resolveu largar a pesca da serra e aventurar-se na captura do cação anequim. O animal vinha em direção ao barco com muita velocidade https://www.lacasitatapaswinebar.com/situs-judi-slot-online-bonus-new-member-200 e eles estavam em alto-mar, numa profundidade de uns cinquenta metros. Recolheram o material e foram em perseguição ao peixe.

Doque pegou uma serra, colocou no anzol e esperou o cação se aproximar. Quando o peixe estava bem perto, ele jogou a isca na cara do animal, que foi ao fundo e saiu mais à frente, sem pegar a isca. Outra serra maior foi jogada e, neste momento, o cação virou-se de barriga para cima escondendo a isca; ao desvirar, ele foi para baixo do barco.

Quando eles já estavam quase desistindo, observaram que o cação ainda estava debaixo da embarcação. Doque aprumou a linha e aguardou o que fazer. Ao sentir a ferroada do anzol, o cação saiu em disparada. Enquanto isso, em cima do barco, Doque estava com a linha presa nos dedos e, com o esticão que o cação deu, estes foram amarrados pelo nylon. Apesar do risco que estava correndo, Doque não pediu ajuda aos companheiros: seu objetivo era pescar o cação sozinho porque essa captura seria um troféu para ele.

Porém, para seu azar, o cação deu outra arrancada ainda maior, colocando Doque primeiro com meia barriga para fora do barco e depois o arrastando mar afora, preso apenas pelo nylon em seus dedos. Seus companheiros nada puderam fazer, apenas olhavam desesperados, sem saber como agir.

Enquanto isso, Doque ia sendo arrastado pelo cação, unido pelo fio de nylon. O peixe o levou para o fundo do mar: Doque só via o azul do fundo. Com pavor de morrer, uma lembrança passou por sua mente como um filme: quando preparava seus aparelhos de pesca em casa, ele cortava o nylon nos dentes. Essa recordação foi a sua salvação. Já quase sem fôlego, Doque conseguiu cortar o nylon nos dentes e pôde emergir e ser salvo pelos companheiros, que o puxaram pelos cabelos, colocaram-no para cima do barco e seguiram para a terra, a fim de levá-lo ao hospital. O médico que tratou de seu ferimento foi o Dr. Geraldo Tavares, que tinha uma clínica em Arraial do Cabo. Quanto ao cação, foi embora.

Meri Damasceno