Manoel Cardoso e a banha do naufrágio Wakama

HISTÓRIA DO PASSADO
POR REINALDO MARTINS FIALHO

Manoel Cardoso e a banha do naufrágio Wakama

Na casa dos meus pais e mãe, eu Reinaldo, morava com outros irmãos. Era o mês de fevereiro de 1940, às cinco horas da manhã. Morávamos na rua Martins Barros, uma homenagem a meu pai, por ter sido o primeiro a ir morar naquele bairro, que ficou sendo conhecido por Favela.
Para fazer casa ali, ele levou o seu amigo João Barros situs judi slot online gampang menang, o Gordo Barros, que era casado com a sua prima Lucila, e Joaquim Ribeiro, o Joaquim de Laurindo.
Do sobrenome do meu pai com o de João Barros foi a rua denominada de Martins Barros, depois Silva Jardim, e desde 1985, foi mudado para Rua Aprígio Martins, por política. Esse é irmão de papai, Aprígio Martins.

 

DEPÓSITO DE PÃO

Na minha casa era um depósito de pães, onde vendia pães da padaria de dona Helena Félix. O depósito era no bairro Favela na Praia dos Anjos, e a padaria era na Rua Getúlio Vargas, em frente do Tupi Esporte Club, no bairro Praia Grande.

Às cinco horas da manhã o meu pai despachava pães para os pescadores que iam para a pesca. O meu pai era o mestre comandante do barco Jardim das Flores, do seu primo Fernando Barreto, o Lhuga. Eles compravam o peixe fresco para levar ao mercado municipal da cidade do Rio de Janeiro. Nesta hora chegou o seu primo, também Antônio Martins, mais conhecido como Antonio de Mariquinha, que era tripulante do barco Jardim das Flores. Antonio de Mariquinha falou: “Antonio, vamos no barco dar umas voltas para apanhar umas latas de banha?”

Papai perguntou: “Que banha?”

Antônio tornou a falar: “Olha, o senhor Alfredo Marques, o faroleiro do Farol do Cabo, veio agora pouco pela Praia do Cabo Frio e a Praia do Pontal, e disse que está encalhando muito banha e manteiga”.

Papai disse: “Que nada, isso só pode ser boato. Mas você pesquisa por aí, se for verdade, nós sairemos”.

A VOLTA DE ANTÔNIO

Antônio de Mariquinha, voltou pouco depois, e disse: “Antônio, Manoel Cardoso saiu no “caíco” do barco Conceição, com o seu filho Sady para pescar mirasol na Praia do Forno, e veio com o “caíco” carregado de banha Aliança. As latas todas novinhas com 20 kg cada uma. Ainda trouxe uma caixa com três latas de reboque. Foi o primeiro que chegou na praia com banha. Os pescadores estão alvoraçados, tirando as redes das canoas, para ir pegar banha”.

Papai disse: “Veja os tripulantes do barco que queiram ir, e avise que eu já estou indo para o barco e espero lá no cais”. Foi conseguido cinco tripulantes. Eu, Reinaldo, na época estava com dez anos e fui com papai como espectador. Papai deu saída com o barco Jardim das Flores.

ENCONTRO DA BANHA

Quando chegamos ao norte da Ilha dos Porcos, no município de Arraial do Cabo, fomos encontrando as caixas de banhas fechadas, com três latas de 20 quilos cada uma. Fomos recolhendo. Quando encontrava uma só lata solta, papai não parava o barco para pegá-la.

Papai com os cinco tripulantes, pegaram setenta latas com 20 quilos cada uma, mais dois tambores de 200 litros, cheios de óleo de girassol e pequenos objetos. Também um tambor de 200 litros de graxa.

Quando vínhamos para o porto papai disse para os tripulantes: “Quando nós chegarmos vamos sair discretos sem alarmar sobre o achado. A capitania, juntamente com a polícia, anda pesquisando para descobrir quem encontrou banha e estão apreendendo 50% das banhas achadas, e deixam 50% com a pessoa que achou.
Nós vamos deixar o que achamos, guardado no porão do barco”. E assim fizeram.

O PAIOL DE LHUGA

Lhuga tinha um paiol na Praia dos Anjos. À noite ainda não tinha iluminação elétrica. Papai, junto com os cinco tripulantes encostaram o barco na praia, e aproveitando a escuridão, tiraram o material, guardaram no paiol de Lhuga e dividiram.

Tiraram a parte que caberia ao barco, e na divisão coube sete latas para cada um. Os tripulantes que não foram, eles combinaram de dar uma lata de 20 quilos para cada um.

O GUARDA-ROUPA

As sete latas de banha que coube para o meu pai ele levou para casa. Na minha casa tinha um modesto guarda-roupa. A minha mãe retirou dali as roupas e guardou as latas de banha, deixando uma aberta do lado de fora para o uso diário.

 

WAKAMA TORPEDEADO EM 1940 À 30 MILHAS DA COSTA

Manoel Cardoso era casado com a Dona Isolina, e morava na Rua Marechal Floriano Peixoto, na Praia dos Anjos. Tinha alguns filhos e filhas, entres os filhos, tinha Sady, com mais ou menos quatorze anos de idade.

No mês de fevereiro de 1940, ele saiu, o pai Manoel e o filho Sady, em um caíque do barco Conceição de Fernando Barros, e foi para a pesca do mirasol, na Enseada dos Anjos. Eram mais ou menos cinco horas da madrugada e começava o dia a clarear. Rumou na direção da Ilha dos Porcos e começaram a pescar. Como o peixe estivesse falhando, eles levantaram âncora, e rumaram para o lado norte da citada ilha.

Sady notou que a mais ou menos 300 metros ao norte do local em que estavam, havia um pequeno navio do tipo iacht, parado e jogavam algumas caixas no mar. Chamou a atenção de seu pai.
Rumaram para as proximidades e viram que era o pequeno navio Eva, que fazia o transporte de sal das salinas Pereira Bastos, da cidade de Cabo Frio para o porto de Itajaí, no sul do país.

Eles recolhiam caixas de banha Aliança do mar, tiravam a banha, e jogavam caixas vazias fora. Sady viu uma caixa de banha Aliança boiando com três latas, e alertou o pai. Rumaram para o local, amarraram a caixa e vieram rebocando para a Praia dos Anjos. Tinham três latas de banha Aliança novinhas. Na cabeceira da caixa, tinha impressa duas bandeiras, a portuguesa, e a brasileira, com os mastros cruzados e coloridos, de acordo com as suas cores.

Chegaram na praia com o caíque carregado e rebocando a caixa com as três latas de banha. Levaram a banha para dentro de uns arbustos chamado vageiras, no Canto dos Cavalas, hoje o bairro Baleia, na Praia dos Anjos, Arraial do Cabo.

No bairro Baleia, no ano de 1940, não tinha casa nenhuma, somente um pequeno quarto do lado direito do canal de saneamento em frente ao camping e muitos animais, cavalos, cabritos, bois, que até comiam a grama e folhas dos arbustos.

Sady e o pai Manoel Cardoso, carregaram as latas de banha com 20 quilos cada uma; fizeram um buraco e esconderam as latas naquele local e enterraram. Por isso Manoel Cardoso recebeu o apelido de Manoel Carregação.

As caixas vazias eles queimaram, para a capitania dos Portos e a polícia não tomarem, pois andavam investigando para descobrir quem havia achado a banha no mar. A banha era do navio alemão Wakama, que foi posto ao fundo em 1940.

Nas vageiras onde foi enterrada, Manoel Cardoso deixou de vigia um filho seu, de nome Sidney, vulgo Munê. Quando terminou as horas de vigília de Sidney entrou o outro irmão, Manoel vulgo “Filinho”, que ali ficaram tomando conta até a chegada da noite.

CHEGADA NA PRAIA DOS ANJOS

Manoel Cardoso e seu filho Sady chegaram na praia às seis horas da manhã, carregados de latas de banha, e como foram os primeiros a encontrar a banha no mar, alvoroçaram todos os pescadores do Arraial do Cabo.
Canoas menores com dois, outras com três pescadores, saíam da praia dos Anjos afobadas, remando com todo o vigor, parecendo até que disputavam uma corrida, na direção da Ilha dos Porcos, onde havia recolhido as primeiras latas de banha. Pescadores tiravam às pressas e de qualquer jeito as redes das canoas maiores, que trabalhavam com redes e após colocarem no mar, saíam em altas remadas na direção onde foi encontrada a banha.
Outros pescadores, mulheres, crianças, subiam o morro da Praia do Forno correndo e dando topadas em pedras no meio do caminho, (ainda não tinham degraus) e dirigiam-se para o outro lado, no Saco do Cherne, onde esperavam as latas chegarem.

Aqueles que apanharam algumas latas de banha, no Saco do Cherne, enterravam no meio do mato no morro. De manhã, umas duas horas após a saída, iam chegando as canoas carregadas.

Alguns que traziam a banha para casa enterravam dentro de um buraco, feito no quintal, outros guardavam nos paióis de peixes e até dentro de guarda-roupa, como foi o caso do meu pai.

ESCURIDÃO DA NOITE

No Arraial do Cabo, sem noite de luar, era uma escuridão terrível. Não tinha luz elétrica e esta só chegou em 1958.

Manoel Cardoso ou Manoel Carregação, deixou chegar a noite e juntamente com os seus filhos, foram nas vageiras, no Canto das Cavalas, abriram o buraco e transportaram todas as latas para sua casa aproveitando a escuridão.

Manoel Cardoso, da banha que desenterrava no quintal dava um pouco a seus parentes que não participaram.

No quintal da casa na Rua Marechal Floriano Peixoto, na Praia dos Anjos ele fez um buraco e enterrou, só tirou uma lata de cada vez. Assim conseguiu despistar a Polícia e Capitania dos Portos, que também tinham interesse de descobrir o mais rápido possível, o porquê de tantas banhas do navio alemão Wakama que foi afundado em fevereiro de 1940, consta que umas 30 milhas da costa de Armação de Búzios.

Consta um mínimo da história no livro Barsa nº 3, na página 322 b, da coleção Barsa de 1974. O relato desta história não é de livro, foi feito visualmente por mim. Conto e acervo de Reinaldo.

Manoel Cardoso, da banha que desenterrava no quintal dava um pouco a seus parentes que não participaram.

O Brasil na época do afundamento do Wakama em 1940, estava neutro na II Guerra Mundial.
Só declarou guerra em 21 de agosto de 1942, quando já haviam sido torpedeados 32 navios brasileiros.

VOU CONTAR EM VERSOS FEITOS POR MIM COMO FOI OS ACONTECIMENTOS DA ÉPOCA.

Reinaldo Martins Fialho

POEMA DA BANHA
Durante 2º Guerra Mundial – Começou em 1939, acabou 1945 – Brasil só entrou em 1942

I
Foi no mês de fevereiro de 1940.
Que o navio alemão Wakama afundou.
Com banha, cereais, e material de guerra.
Que para o fundo do mar levou.
II
O Wakama apanhou carga.
No Porto do Rio de Janeiro.
O Brasil ainda estava neutro.
Aquele horroroso entrevero.
III
O navio já estava com toda carga.
O comandante preocupado.
Só sairia do Porto com aviso da Alemanha.
Para sua segurança, e não ser torpedeado.
IV
Eram altas horas da noite.
Quando o aviso chegou.
Dizia reúne para o Porto de Hamburgo.
O comandante logo rumou.
V
Estavam em alto mar.
Quando o encouraçado inglês avistou.
O Wakama vendo-se perdido.
Para mais perto da costa rumou
VI
O navio alemão foi perseguido.
Pelo encouraçado inglês.
Para não ser preso de guerra.
O comandante assim fez.
VII
Há trinta milhas de Búzios.
É onde o Wakama está.
O comandante abriu válvulas, botou fogo.
Este foi pro fundo do mar.
VIII
No naufrágio os marinheiros.
Só pensavam em se salvar.
Não queriam acompanhar o navio.
Que estava a naufragar.
VIII
O navio Alemão pediu socorro.
O navio brasileiro foi o primeiro a chegar.
Salvou vinte e dois náufragos
Que iriam se afogar.
IX
Porém o povo falava.
Que o encouraçado inglês.
Intimou a entrega, e os fez prisioneiros.
No Navio brasileiro, ficaram escondido dois ou três.
X
O sr. Alfredo Marques.
Que veio de Macaé.
Era faroleiro no Farol do Cabo.
E pela praia veio a pé.
XI
Era madrugada de fevereiro de 1940.
Encontrou muitas latas boiando.
Era a banha do Wakama.
Que na Praia de Cabo Frio, vinha encalhando.
XII
Ao chegar no Arraial do Cabo.
A notícia foi espalhada.
Alvoraçou os pescadores.
Ainda de madrugada.
XIII
Deposito de pão de Helena Felix.
Era na minha casa.
Ainda de madrugada.
Meu pai, os pães, despachava.
XIV
Meu pai era Antonio Martins Fialho.
Por Bragança também foi registrado.
Mas como não gostava do sobrenome.
No segundo casamento, foi pelo juiz tirado.
XV
Na rua Aprígio Martins Praia do Anjo.
Era onde o deposito estava.
Na Rua Getúlio Vargas, na Praia Grande.
Onde o pão se fabricava.
XVI
Meu pai era comandante de um barco.
Jardim das Flores chamado.
Trabalhava Antonio de Mariquinhas.
Que era muito dedicado.
XVII
Antonio Martins era também seu nome.
Primo, e mesmo nome de meu pai.
Aracy sua esposa era prima de minha mãe.
Muito amigo os dois casais.
XVIII
Enquanto comprava pão.
Seu primo Antonio de Mariquinhas disse
Xará vamos procurar banhas
Alfredo Marques trouxe a notícia
XIX
Que na praia do Cabo Frio
Tem muita banha encalhada
Já tem canoas carregadas
Que nas praias estão chegando
XX
De manhã Manoel Cardoso
Foi o primeiro que chegou
A canoa cheia de banha Aliança
O Arraial do Cabo se alarmou
XXI
Eram latas com 20 quilos cada
Na caixa dos mastros entrelaçados
Com a bandeira portuguesa
E do nosso Brasil amado
XXII
No barco Jardim das Flores
Saiu com cinco tripulantes
Foi os que apareceram na hora
Eu também fui, e estava radiante
XXIII
Eles pegaram setenta latas de vinte quilos
Que nas águas do mar boiavam
E dois tambores de óleo de girassol, e um de graxa
Eu era ainda menor, e a tudo observava
XXIV
O barco Jardim das Flores
Era de Lhuga, o Fernando Barreto
Papai disse vamos guardar no paiol
Dividimos à noite antes que fique preto
XXV
Lá no Saco do Cherne
Só se via gente chegando
Cada lata que apanhavam
Eles iam carregando
XXVI
Para despistar autoridades
De tomar sua banha
Dividiam com noite escura
E diziam um para outro. Assim eles não apanham.
XXVII
Todos tinham banha em casa
Até mesmo na casa da minha avó
A frigideira seca que chiava chí, í, í
Agora cheia de banha só chia, chó, ó, ó
XXVIII
Quando a capitania soube
Juntamente com a polícia
Procuraram os pescadores, e diziam
Só queremos fazer justiça
XXIX
De cada pescador
Com quem encontravam banha
Eles tomavam a metade
Assim faziam a barganha
XXX
Pescadores enterravam banha
No mato, e no fundo do quintal
Muitos não entregavam nada
Para aqueles cara de pau
XXXI
Pescadores alvoraçados diziam
Nunca vimos tanta fartura
Pão agora pode acabar
Só quero, as banhas de gordura
XXXII
Tinha tanta banha no Cabo
E pedaços de madeira
As goiabeiras ficavam sem folhas
Pra curar as caganeiras
XXXIII
Quem não conseguiu apanhar banha
E via tanta fartura
Com ciúmes rogava praga e dizia
A não dar uma soltura
XXXIV
Helena Felix
A dona da Padaria
Xingou o miserável do alemão
Porque pães quase não vendia
XXXV
Eusébio dizia padarias podem fechar
Que pães eu não compro mais
A guerra traz desgraças para uns
Para outros benefícios traz
XXXVI
Na casa de Casimiro
Não se come mais pão de farinha pura
Licinha só toma café
Com bolinhos de gordura
XXXVII
Buzo que era amigo
Lá na casa de Licinha
Dizia só quero café com bolinhas de gordura
Nada de pão, só de farinha
XXXVIII
Na venda de Zé Tavares
A banha ficou encalhada
Depois de Wakama afundado
Quase não vende mais nada
XXIX
Tinha pescador que vendia a banha
Ou trocavam por qualquer mixaria
So que eles não previam
Que um dia acabaria
XXXX
A quadra estava ruim
A pesca estava falhada
O pescador negociava a banha
Pôr fumo torcido, cachaça, dinheiro ou nada
XXXXI
Naqueles tempos o comércio
Viviam todos quebrados
Os pescadores só compravam o que comer
No comércio só fiado
XXXXII
O pescador disse pra meu avô um dia
Quincas, até o pescado sumiu
Urubu já tá comendo folha
Tá dando saltos os tziu
XXXXIII
O pescador não tinha dinheiro
Matando fartura, o pescado era barato
Mas nos armazéns os fiados
Nos cadernos era farto
XXXXIV
Só pegavam quando matassem peixes
Mas após o arrematante vender salgado
Os comerciantes não tinham outra alternativa
Vendiam, mas ficavam indignados

Reinaldo Martins Fialho
Acervo de Família

*Nota do site: O Navio Wakama foi um navio cargueiro alemão construído em 1921. Chegou no porto do Rio de Janeiro cinco dias antes do começo oficial da Segunda Guerra Mundial, nos fins de 1939. Carregado com 5.000 t de diversos itens, dentre eles banha, cereais, óleo, arroz e minérios de ferro, tentou burlar as restrições de navegações devido o início da guerra, e assim, navegando pela costa de Búzios foi identificado por uma aeronave que fazia reconhecimento marítimo para do cruzador inglês HMS Howkins em patrulha para a Real Marinha Britânica. Em 12 de fevereiro de 1940, o Wakama emitiu sinais de SOS, vários navios foram de encontro ao local, mas nada encontraram. Consta segundo a versão inglesa, que o cruzador britânico interceptou e ordenou que o Wakama parasse sua rota, e que os tripulantes incendiaram o próprio navio para que a embarcação não fosse tomada pelo país inimigo. Com o navio indo à pique a tripulação do Wakama com cerca de 10 oficiais e 36 marinheiros foi recolhida pela embarcação britânica e levados prisioneiros. Relatos de pescadores locais contam que o navio inglês abriu fogo contra o vapor alemão. O Brasil que havia assinado o Tratado de Neutralidade do Panamá protestou veementemente sobre esse ato de guerra ter ocorrido em águas brasileiras. Por fim acabou entrando na Segunda Guerra em 1942, depois de pressões americanas e de diversos navios mercantes brasileiros terem sido afundados por submarinos alemães.