Saudosa CNA

Através do Projeto lei
Favorecida pelos fatores climáticos, geográficos e
Águas geladíssimas da Praia Grande
Ela aqui se instalou.

Nascemos, crescemos juntas e contentes
Ajudou – me na saúde e educação
Comuniquei-me anos com ela
Através de apito estridente, fiel
Acordava seus funcionários para sua obrigação.

On, on, on… assim a cirene tocava
Entre seis e sete horas uma correria danada
Papa-fila pegando operários nas paradas marcadas
E todos felizes iam para mais uma jornada.

Onze horas alvoroço para o almoço
Os que iam para casa de FNM
Teriam que fazer grande esforço
Os que comiam no Cai-duro
Depois descansavam de papo pro ar
Até o anúncio das doze que era pra retornar.

Os marítimos saíam lagoa a fora
Tiravam através das dragas
Toneladas de conchas
E traziam nas barcaças para o fabrico de barrilha
Produto de consumo nacional
Usado em diversa área industrial.

Quando as chaminės fumegavam
Logo compreendida a comunicação
Calcário transformado em barrilha

Ou sal grosso em refinado
Produtos fabricados na empresa
Que nos deu tanta riqueza.

As salinas! Que beleza exuberante!
Lá estavam os salineiros cuidando do tapete branco
Levando à fabrica o sal grosso
Logo transformado em refinado e comercializado
Com a extinção ficaram sem o ganha-pão.

Ah! Treze de Maio, Vinte de Julho, Senai!
Que saudade dessas escolas
Uma educação de primeira
Oferecidas aos filhos dos alcalinos
Para se tornarem estrelas.

Posto médico de qualidade
Médicos qualificados para atenderem aos funcionários e
famílias
Saúde era fundamental
Ninguém podia reclamar
Tudo era especial.
Paulatinamente, em silêncio angustiante:
Cirene adormeceu
Senai, Vinte de Julho, Posto médico… desmoronaram
Calcário da Lagoa substituído pelo de rocha
Maquinário não suportou
Tudo despencou.

Desemprego, desemprego, desemprego…!
Durante o dia fico sufocada
Em ver o Tudo em Nada
À noite um breu cobre o espaço
E não vejo Nada, Nada, Nada
Os bichos-papões estes comeram Tudo, Tudo, Tudo…!
A Companhia Nacional de Álcalis Morreu.

Herodias da Cunha Alves