A lenda do bicho-mamãe
LIVRO CABISTEZAS
Por Meri Damasceno
A lenda do bicho-mamãe
Existia um rapaz que maltratava muito sua mãe. Uma tarde, ele lhe disse:
– Mamãe, eu vou ao baile hoje à noite e vou deixar a égua amarrada e
encilhada. Não a solte para nada, que eu vou com pressa e a quero pronta.
Falou e saiu. Passou-se o tempo e a égua, presa, foi ficando com sede.
Com pena, a mãe soltou o animal, que logo sumiu para as bandas de um riacho. Pouco depois, chegou o rapaz, procurou a égua e não a encontrou link slot tergacor.
Furioso, bradou para a mãe:
– Eu não disse que não era para soltar o animal? Agora vou ao baile
montado na senhora!
E bem disse e assim fez. Pegou os arreios, botou na mãe e montou nela
de espora e chicote.
No meio do caminho, a mãe não agüentou. Pediu piedade, mas era o mesmo que nada. Quanto mais ela rogava, mais o malvado batia. Foi então que ela, não podendo mais com aquilo, caiu no chão, já em agonia. Mas, antes de morrer, amaldiçoou o filho, dizendo que ele “haveria de rolar no mundo que nem dinheiro, sem descanso ou paradeiro”.
E assim, desde aquele dia, o rapaz corre o mundo, virando um bicho. Às vezes, bezerro, cachorro grande, trouxa de roupa, rolo ou moita de capim.
Meri Damasceno