A Álcalis Fechou

Bem distante, ainda, a chaminé se avista, Fragmento de uma fábrica esquecida, Que há muito, em Arraial, quando aquecida, Harmonizava o dia a dia do cabista. Hoje, a chaminé não mais fumega, E a tanto, o desemprego vil castiga Ao pobre funcionário, e a fome obriga Desse mal que a vida ao abismo agrega. Meu Deus! Como tortura essa lembrança, Em saber que no olhar de uma criança Há súplica, pois seu pai não mais labuta. E nesse padecer de vida e morte, Entrega-se o alcalino à pura sorte Com tristeza ou vergonha absoluta. Wilnes Martins Pereira