A lenda do cavaleiro e a fogueira na praia do Anjo

HISTÓRIA DO PASSADO
POR REINALDO MARTINS FIALHO

A lenda do cavaleiro e a Fogueira na praia do Anjo

Os festejos com fogueiras e outras brincadeiras sempre aconteceram no Arraial do Cabo, nos dias 13, 24 e 29 de junho, atribuídos à imagem de Santo Antônio, o casamenteiro, São João atribuído a sorte, e a São Pedro, o padroeiro dos pescadores.

Um certo dia véspera de São João os pescadores na lacasitatapaswinebar Praia dos Anjos, tiraram a rede de uma canoa, e foram nas matas da Ilha do farol do Cabo, cortar madeira para fogueira do dia de São João. Trouxeram uma canoa grande carregada com madeira e armaram no Largo dos Martins que não tinha calçamento, era areia.

Às 20hs acenderam a fogueira, e alguns dos pescadores, sentavam em um caixote de madeira e cantavam, e diziam versos improvisados, enquanto outros dançavam. À meia noite certa do dia 24 de junho, a fogueira já havia queimado restando os paus mais grossos acesos. Os responsáveis pela fogueira, espalhavam as brasas e quem queria tirava os sapatos se estivessem calçados e iam passando com os pés descalços por cima das brasas sem se queimar.

Quando ninguém esperava, surgiu vindo da praia um cavaleiro com armadura, que chegava a reluzir, montado em um cavalo branco todo enfeitado os arreios, e correias da cara do cavalo, com umas peças brancas parecendo prata, o cavaleiro, e o cavalo branco, pareciam com São Jorge, e ninguém via seu rosto por causa da armadura.

O cavaleiro passou com seu cavalo por dentro da fogueira espalhando brasas para todos os lados.

O cavaleiro e cavalo não eram do Arraial do Cabo onde todos se conheciam. O povo atribuiu ser um fenômeno da natureza, e todos abandonaram a fogueira fugindo apavorados para suas casas.

Reinaldo Martins Fialho
Fenômeno contado por Damião Teixeira

Reinaldo Martins Fialho – Acervo de Família