O vigia da praia grande
Do alto do penhasco parecendo uma miragem diurna, lá
está ele, dia após dia.
Seus olhos cansados fitam o mar; na mão, uma bandeira
branca; no coração, uma esperança.
Os circunstantes passam, olham, mas nada entende.
O que faz aquele homem ali? em pé parecendo uma
estátua viva?
Perguntam as crianças admiradas.
Como uma estátua, ele permanece em seu posto, alheio
aos comentários.
Não ouve nada, apenas olha o mar.
De repente, como se impulsionado por uma mola invisível,
ele se movimenta e a estátua ganha vida.
Sua bandeira branca, que na verdade é apenas um trapo,
se agita no ar. Imediatamente, na praia distante, um grupo
de homens musculosos que pareciam tão apáticos, se atira
ao mar.
Foi como se a uma guerra tivesse começado e o
comandante tivesse dado a ordem de ataque.
Lançam-se as redes e a pesca é farta.
Os pescadores olham extasiados e o sorriso é geral.
Já está anoitecendo e o homem da montanha volta ao seu
anonimato, pois ninguém mais olha para ele. é o vigia da
Praia Grande, que olha para o mar, desce a montanha e vai
para sua casa na certeza do dever cumprido.
Adari Lacerda Barreira
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