Morte do pardalzinho

Nido de dona Tolência tinha fortes laços de amizades
com o poeta e, constantemente, pedia a Cecílio Barros
para compor um poema que ele pudesse guardar como
lembrança. O poeta nunca se recusou em atendê-lo,
porém, precisava de uma história que fosse bem
contada e que coubesse no cordel.
Certa vez, Nido ao tomar banho de chuveiro, notou que
a água estava com odor insuportável – um gosto de
podre. Subiu até a laje e viu que na caixa d’água tinha
um pardal boiando que morrera afogado.
Nido rapidamente contou a história ao poeta que, com
a mesma velocidade compôs estes versos que falam da
“MORTE DO PARDALZINHO”.
Wilnes Martins Pereira

 

Morte do Pardalzinho

Amigo preste atenção
Pra um caso muito evidente
Coma morte de um pardal
Que faleceu de repente.

Quem me disse isso foi Nido
Um menino inteligente
Filho de dona Tolência
Que fala a verdade e não mente.

O mimoso passarinho
Da família dos pardais
Vivia sempre cantando
Na companhia dos pais.

Seu canto melodioso
Hoje não canta mais
Esse passarinho bonito
Saudade deixou pra trás.

Voando esse passarinho
Vindo lá do infinito
Dentro da caixa d’água
Deu o seu último grito.

Cecílio Barros Pessoa